segunda-feira, março 28, 2011

Eu preciso dizer que te amo

Aprendi uma cosia ao longo dos anos: amigo é um dos bens mais preciosos que a gente tem.Podem me chamar de lunática mas, para mim, amizade é melhor que namoro, porque, se não houver nenhum contratempo pelo caminho, a gente sabe que é pra sempre.Família, claro, é importante, mas amigo é tão importante quanto, pois é a gente que escolhe, a família que a gente escolhe.
Amigo bom é aquele que está junto na hora da gargalhada, mas tambem na hora da traisteza.Amiga fofa é aquela que entende quando você está namorando e se afasta para dicas de chamego com o sortudo em questão, mas que lhe dá um puxão de orelha quando esse afastamento dura mais que o necessário.
Amiga é aquela que dá bronca, que avisa que a roupa que você está pensando em experimentar é brega, que diz discretamente quando seu dente está sujo de feijão e/ou que a sua calcinha está aparecendo.É aquela que sabe ouvir calada quando você só quer saber de falar, que dá conselhos, você pedindo ou não (e continua dando, mesmo você fazendo exatamente o contrário do que ela aconselhou).
Amiga é a pessoa para quem você pre-ci-sa contar uma fofoca importante em primeira mão.Com amigas, a gente troca confidências, divide lamentos e vitórias, abraços e lágrimas.Amiga é aquela que a atura e a adora apesar (e por causa) dos seus defeitos.
No dicionário, amigo é aquele que ama, que demonstra afeto, que ampara, que defende, que é companheiro, camarada.Só não diz que é aqueleque diz "eu te amo". Em 21 anos de vida, cheguei à sábia conclusão de que ouvir essas três palavras mágicas é tão gostoso quanto dizê-las.Faz bem pro coração, pra alma, pra cabeça, para a autoestima.
-Eu não sei dizer eu te amo.
-Claro que sabe.Jé tentou?
-Eu digo para a família tranquilamente, mas para namorados é muito difícil.Para amigos, só os mais chegados.
-Eu sou superchegada e você nunca me disse que me amava.
-Jura?
-Juro.
-Que doido...Lembra quando a gente era mais nova. Malu? A gente falava "eu te amo" pra todo mundo
-Nossa, até pro meu porteiro eu disse "eu te amo". Ele era um senhorzinho, chorou e tudo, tadinho.
-Depois a gente vai crescendo e começa a ficar difícil demonstrar amor com as palavras, reparou? Por que será?
-Não sei. Adulto é cheio de não me toques, quando a gnete é criança ou adolescente a gente é muito mais espontânea, com menos barreiras.Eu, por exemplo, quase nunca digo "eu te amo" para minha família, acredita?E sou completamente louca por eles.Alucinada.Mas na hora que tenho vontade de dizer me dá um bloqueio e acabo dizendo muito menos do que gostaria.Mas já prometi para mim mesma que isso vai mudar, ainda este ano.
-Eu digo sempre pra minha mão o quanto eu a amo, mas pros amigos rola a trava.A gente é esquisita, né? Três palavrinhas tão peuqeninas e tão significativas, e a gente fica cheia de dedos pra dizer.
-Pois eu não tenho a menor vergonha de dizer que te amo, Alice. E sei que você me ama. E mais! Amo ser amada por você, por mais brega que seja essa frase.
-Também te amo, Malu. Mesmo você dizendo essas frases bregas.É um amor muito lindo, sei que posso contar com você a qualquer hora, em qualquer situação.
-Pode mesmo.Pode ligar as duas, três, quatro da manhã que eu vou estar lá, fofa como sempre.
-Ai, para! Assim eu vou chorar!
-Eu também! Tá ficando muito cafona essa conversa! Que coisa mais piegas!
Rimos por uns instantes de nós mesmas, até que Alice pediu:
-Me dá um abraço?
Assim, sem nenhuma preparação, nenhuma ocasião especial nem fogos de artificio, a gente celebou nossa amizade de tantos anos numa tarde nublada de domingo.
O bom dessa conversa foi perceber que eu e minha melhor amiga desde sempre somos melhores amigas de verdade, daquelas que brincam, que brigam e fazem as pazes, que implicam uma com a outra, que se amam sempre sempre e se odeiam às vezes, mas que conseguem, quando é preciso, falar sério.
-Malu, quando eu tiver meu segundo filho você quer ser a madrinha?
-Quero, claro!Ai que emoção! Peraí, por que só do segundo? Quem vai ser a madrinha do primeiro?
-A Nanda, ela pediu quando a gente tinha 9 anos.
-Fala sério, Alice!
-Estou falando! Mas isso não quer dizer que eu goste mais dela, tá?
-Quer sim!
-Nada a ver!
-Tudo a ver!
-Eu prometi!
-Despromete, ué!
-Não existe desprometer!
-Claro que existe!
E seguimos assim, rindo, discutindo e brincando, sempre juntas pela vida afora

Esse é o último capítulo do livro Fala sério, amiga que eu achei super fofo e parece a vida das meninas atualmente! Beijos

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